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Estado da União: Nostalgia do alargamento e novos desafios na UE

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma cerimónia para assinalar o 20.º aniversário do alargamento da UE em 2004, quarta-feira, 24 de abril.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma cerimónia para assinalar o 20.º aniversário do alargamento da UE em 2004, quarta-feira, 24 de abril. Direitos de autor Jean-Francois Badias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Jean-Francois Badias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
De  Stefan Grobe
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Artigo publicado originalmente em inglês

Esta edição do Estado da União foca-se no alargamento “Big Bang” em 2004, nas especulações sobre novas alianças políticas após as eleições europeias e nas consideráveis falhas dos partidos de extrema-direita.

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Há vinte anos, a União Europeia assistiu ao maior alargamento de sempre.

No dia 1 de maio de 2004, dez estados aderiram simultaneamente ao bloco, sete deles do outro lado da antiga Cortina de Ferro. Alguns designam-o como “Big Bang”.

Numa celebração bastante silenciosa, as instituições europeias de Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo foram iluminadas para a ocasião esta semana.

O presidente do Conselho da UE, Charles Michel, defendeu os novos membros: “O alargamento é crucial para o futuro da UE, porque sem o alargamento existe, de facto, o risco de uma nova Cortina de Ferro, e isso seria extremamente perigoso, se tivéssemos uma vizinhança instável com falta de prosperidade ou de desenvolvimento económico”.

Mas é questionável se países como a Sérvia, a Geórgia ou a Ucrânia vão conseguir ter um lugar à mesa em Bruxelas em breve.

Na campanha eleitoral em curso para o Parlamento Europeu, o alargamento não é um tema importante, para ser brando.

Por falar na campanha... Esta semana, as pessoas começaram a especular sobre uma nova aliança política, até então inédita: uma coligação de partidos de centro-direita e de extrema-direita.

Quando questionada sobre o assunto durante o debate, a presidente da Comissão Europeia e candidata de centro-direita Ursula von der Leyen disse o seguinte: “Depende muito de como é a composição do Parlamento e de quem está em que grupo”.

Isto enquadra-se bem com uma declaração da primeira-ministra de extrema-direita de Itália, Giorgia Meloni, que adoraria juntar-se ao Partido Popular Europeu de von der Leyen: “Além de ser a secretária-geral dos “Irmãos de Itália”, sou a líder dos Conservadores e Reformistas Europeus, que querem desempenhar um papel decisivo na mudança de rumo das políticas europeias”, disse Meloni.

O partido de Meloni lidera as sondagens no seu país, e pretende replicar o esquema do poder italiano: uma aliança do PPE e dos grupos de extrema-direita ECR e Identidade e Democracia (ID).

As sondagens sugerem que o próximo Parlamento Europeu vai inclinar-se ainda mais para a direita, uma vez que os partidos nacionalistas e populistas parecem estar a ganhar terreno.

Alguns analistas já prevêem uma agenda legislativa paralisada por um sólido bloco de direita. Mas uma análise recente do European Council on Foreign Relations (ECFR) mostra que há muitas falhas neste bloco.

Falámos sobre isso com Pawel Zerka, membro do ECFR e analista principal de opinião pública europeia.

Euronews: As sondagens recentes sugerem divisões profundas entre os partidos europeus de extrema-direita. Como é que isso se manifesta, por exemplo, no apoio à Ucrânia?

Zerka: Este é um dos domínios em que os partidos de extrema-direita terão dificuldade em chegar a acordo. Não só a extrema-direita, mas também os eurocépticos. Obviamente, existem alguns partidos, como a Alternativa para a Alemanha, ou o partido de Geert Wilders, nos Países Baixos, que estão muito mais do lado do não apoio à Ucrânia e que consideram o atual apoio europeu como belicista. Mas há partidos, claro, como o Lei e Justiça polaco, que apoiam fortemente a Ucrânia. E mesmo em Itália, Giorgia Meloni demonstrou ser uma forte transatlanticista e uma apoiante fiel de uma linha europeia de apoio à Ucrânia.

Euronews: E quanto a uma hipotética saída da UE? Não é esse um projeto de estimação dos partidos nacionalistas?

Zerka: Já não está na moda na Europa. E muitos dos partidos europeus de extrema-direita ou anti-europeus ou eurocéticos optaram neste momento por se concentrar em reparar a Europa a partir do seu interior, em vez de saírem da UE.

Euronews: Estamos a poucas semanas do dia das eleições. Qual seria a estratégia para contrariar a extrema-direita na campanha eleitoral?

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Zerka: O problema que vejo neste momento é que muitos dos partidos da extrema-direita têm os eleitores fortemente mobilizados. Logo, os seus eleitores acreditam que estas são eleições importantes e, em grande parte, querem ir votar, enquanto os eleitores do lado pró-europeu estão muitas vezes bastante desmobilizados, como se as pessoas não percebessem quais são os riscos destas eleições, porque são tão importantes. Assim, a minha principal recomendação aos dirigentes dos partidos pró-europeus é que expliquem claramente aos seus eleitores a razão pela qual estas eleições são importantes.

Euronews: E quanto aos eleitores dos partidos de extrema-direita, ainda podem ser persuadidos?

Zerka: Raramente. Penso que a questão prende-se principalmente com a questão de saber se serão fortemente mobilizados ou se alguns deles ficarão em casa. Se o lado pró-europeu relembrar os eleitores dos vários riscos que acarreta votar na AfD na Alemanha, Marine Le Pen em França ou Kaczynski na Polónia, talvez algumas das pessoas que neste momento dizem "sim, eu gostaria de votar nesses partidos" pensem duas vezes.

Falando de outro tema, estamos a uma semana de um dos maiores eventos europeus do ano, a Eurovisão, organizado pela cidade sueca de Malmö.

Embora os preparativos técnicos e artísticos estejam a decorrer a bom ritmo, o evento está a causar grandes dores de cabeça às autoridades suecas.

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Num relatório de 23 páginas, a maior parte confidencial, a polícia descreve as graves ameaças ao concurso, como ciberataques, ataques de negação de serviço [DDoS] ou desordem civil.

As autoridades estão também a lidar com o facto de a Suécia ser um dos principais alvos de organizações terroristas islâmicas. 

Além disso, são esperados grandes protestos contra a participação de Israel no concurso.

A polícia sueca acredita estar preparada para qualquer tipo de cenário.

As autoridades esperam que a Eurovisão decorra sem problemas - e julgo que também querem que a Suécia não ganhe desta vez, para que outro país possa receber o evento no próximo ano.

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