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Antigo chefe do exército brasileiro ameçou prender Bolsonaro se insistisse com golpe de Estado

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro Direitos de autor Andre Penner/AP
Direitos de autor Andre Penner/AP
De  Euronews
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Ex-presidente do Brasil terá convocado líderes militares para várias reuniões à última da hora e sugeriu reverter resultados das presidenciais depois de ser derrotado por Lula.

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O  antigo líder do exército brasileiro, o general Marco Antônio Freire Gomes, ameaçou prender o então presidente Jair Bolsonaro quando este mencionou a possibilidade de iniciar um golpe de Estado para se manter no poder, depois de ter sido derrotado nas urnas por Lula da Silva.

Segundo a imprensa brasileira, tudo aconteceu numa reunião no Palácio da Alvorada e a conversa foi presenciada pelo antigo líder da Força Aérea do Brasil, Carlos Baptista Junior, tendo sido relatada à Polícia Federal.

Os testemunhos dos antigos chefes do exército e da força aérea à polícia foram entregues ao Supremo Tribunal, que os divulgou esta quinta-feira, avança a agência AP. É a primeira vez que Bolsonaro é diretamente associado a uma tentativa de golpe de Estado.

Os testemunhos dos líderes militares durante o mandato de Bolsonaro poderão facilitar o trabalho dos procuradores que estão a tentar estabelecer uma ligação entre o líder da extrema-direita brasileira e os ataques de 8 de janeiro de 2023 aos edifícios governamentais em Brasília, uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva.

Segundo o relatório da polícia agora divulgado, o líder do exército Marco Antônio Freire Gomes referiu que ele e outros chefes militares foram chamados à última da hora a várias reuniões no palácio presidencial, depois da segunda volta das eleições, reuniões "nas quais o presidente Jair Bolsonaro ofereceu possibilidades de usar ferramentas legais.... no que diz respeito ao processo eleitoral".

O general Freire Gomes disse à polícia que, numa dessas reuniões, Bolsonaro disse a três altos comandantes das forças armadas e ao seu então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que queria criar uma comissão para "investigar a confirmação e legalidade do processo eleitoral" e chegou a admitir recorrer a um decreto de estado de sítio.

Freire Gomes garantiu à polícia que rejeitou a ideia desde o início e que disse a Bolsonaro que tal ato iria terminar com a responsabilização legal do então presidente. O general também declarou que sempre deixou claro a Bolsonaro que não seria possível reverter os resultados eleitorais de uma perspetiva militar.

O antigo chefe da Força Aérea brasileira, Carlos de Almeida Baptista Júnior, disse mesmo à polícia que acredita que as respostas contundentes de Freire Gomes acabaram por travar Bolsonaro, que procurava reverter os resultados das eleições que deram a vitória a Lula.

"O general Freire Gomes disse que se houvesse tal tentativa ele teria de prender o presidente", lê-se nos documentos da polícia.

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